terça-feira, 24 de abril de 2012

Blá blá blá


Blá blá blá

Dalí
Vejo o mar no céu e peixes a voar
A fazer borbulhas de amor à luz do sol
Filtrado em nuvens de drama que inflam
Como os momentos gulosos
De estarem sendo, de quererem ser.

Nem pergunte.
O céu é uma exclamação só
Os vermes também
E a canção em ultrassom
De cetáceos no ventre escuro à noite de sal
Só afirma, só diz longo sim
Puro, límpido, agressivo e faminto sim de Nietzsche.

Não fui ontem que nasci
Foi sempre
E embora rinocerontes sempre também passem pisando
Em insetos esmagados por engrenagens de relógios existenciais
E em seres humanos cegos e surdos ao óbvio do chão de pó tão eloqüente
Vale a pena crer e querer
Que tudo tenha seu secreto sentido
Escondido, invisível, intangível, inodoro, silente, ironicamente contente
De nunca ter sido achado...

Tudo termina com risos (de alguém)
E relógios derretidos.


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