terça-feira, 7 de setembro de 2010

Peripécias poéticas

Tô cansando um pouco de escrever coisa culta
Raxar o quengo pra dizer o que penso
Quando na verdade o que toda hora me cutuca
É aquilo que todo dia me deixa tenso.
Começa pelo calor, pela luz, pelo barui
Passa pelos tiros, o dinheiro e o assalto.
Termina nos projetos – me digo: “te alui,
Se quiser ser, subir e falar mais alto”...
Fugir do orkut, e da bruteza do Dr. House,
Lavar a louça e arrumar a minha house;
Calcular passos, projetos, listas e contas
E dormir meia-noite já com a cabeça tonta...
Sonhar com o paraíso, com o inferno, o império asteca...
Defender lindo a minha tese... estando só de cueca!
Acordar do pesadelo, dizer bonjour, comment vas-tu?
De vez em quando ter um intrigante déjà vu.
Beber mais água, comer mais frutas e verduras
Meditar um pouco, ir a facul, e à noite mais verdura...
Depois vêm do nada estranhas entidades
Calçando 44 ou dizendo yayê
Pessoas com quem pratico a difícil faculdade
De me divertir com mil coisas pra fazer.
Pois é tudo isso e muito mais:
Sou parente distante da Macabéa
Tenho um gato chamado Satanás
E uma bromélia seca morta réa...
Hoje é feriado, amanhã trabalho até a morte
Até de noite, só é Borges e infância,
Apresentação, metodologia... muita ânsia...
Então pra terminar, me desejo boa sorte.

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