quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A Árvore da Vida e do "é..."

Não vou me alongar - prolixidade mil vezes é um defeito intolerável.

Sábado à noite, se vc já estiver no clima reflexivo ao qual algumas pessoas tendem naturalmente, ou ao qual são convidadas em dadas ocasiões, não aconselho comer do fruto da Árvore da Vida. É possível que ganhe prêmios, e merecidos: na minha dubitável opinião é ousado - hoje em dia estão na moda filmes cheios de flashes back, de recortes narrativos (nesses casos os diretores contam com o conhecimento cinematográfico do espectador, que está cansado por exemplo de saber que o perdedor adolescente mais cedo ou mais tarde vai virar um super-herói...), etc. A Árvore da Vida é uma sopa de cenas e diálogos, um quebra-cabeça, que reflete mesmo um certo estado mental de angústia e questionamento sobre a vida - e é um quebra-cabela que o espectador deve montar - e essa a ousadia do filme. Cenas do Big Bang narradas pela mãe que perdeu o filho num acidente se combinam à mudez de uma cena de um dinossauro que hesita em devorar outro... Eu sei, contando assim parece a cara da maconha - mas o filme é bonito. As cenas da biogênese, um pouco de evolução e a conjunção da história de Tudo com a história de Alguém, do cosmo e de uma pessoa, cria um efeito de perspectiva muito eloquente: o homem é nada diante da natureza, mas ao mesmo tempo é muito porque faz parte dela... se bem que essa "interpretação" é por minha conta, pois a ideia sugerida no filme na boca de uma personagem é que há o caminho da natureza e o caminho da graça, coisa com a qual não concordo: graça e natureza são uma coisa só... Vide Tao Te King.


Ouvi por aí que psicanalistas e psicólogos promovem discussões e reflexões depois do filme... devem ser interessantes os papos freudianos sobre o significado do fogo, da água e de trechos da narração de certas cenas...

Se vc não é mãe, não perdeu alguém de importante na sua vida, não gosta de ficção científica nem é religioso, mais especificamente cristão, não veja A Árvore da Vida. Se sim, pegue a fatia que mais lhe agrada e tenha bons momentos de reflexão... e um pouco de cansaço.

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