Família, moral, honra, Deus...
Num post anterior falei dessas palavrinhas mágicas (que na cabeça de muitos devem ter um brilho de ouro com detalhes em mármore - uma coisa assim...), e disse que se tratavam de bonbons coloridos envenenados dos quais pessoas inescrupulosas se utilizavam pra enganar ingênuos e/ou idiotas ocasionais ou crônicos.
E obviamente que repito o que disse, tomando dessa vez o cuidado de explicar que:
Família
Família não exclui os laços psicológicos e afetivos entre pessoas que não compartilham trechos longos de DNA. É raro encontrar alguém hoje que sustente a ideia restrita de que mãe ou pai é aquele de cujo esperma ou óvulo vieram a receita pra cor do meu cabelo ou da minha pele. Como se diz, pai ou mãe é quem cria.
Além do que, creio que ninguém diria a uma criança que ela é uma pessoa deprimida e problemática, e que tem grandes probabilidades de se tornar uma viciada em drogas apenas porque foi criada pela avó ou pela tia ou pela madrinha. Da mesma forma que não poderia traçar o destino de uma criança só porque ela tem dois pais ou duas mães. Para saber dos riscos de uma criança se tornar louca ou problemática no futuro, consulte casais heterossexuais (que existem em número mais que suficiente para pesquisa) - sobretudo os pais de psicóticos, ladrões, assassinos, etc - cuja maior parte terá sido educada por... casais heterossexuais!
Não existe sociedade sem família. Um ser humano não se torna um ser humano funcional, legal, tranquilo e simpático sem uma estrutura na qual ele possa se desenvolver seguro e certo de que vai viver num mundo cheio de outras pessoas que o respeitarão e que por sua vez deverão ser respeitadas, para dar continuidade, da maneira menos dramática possível, a isso que chamamos sociedade.

Moral...
A pessoa que mais indico para ser ouvida sobre o assunto é Nietzsche. Mas como esse nome suscita lembranças esparsas na maioria das pessoas, ou nenhuma em quase todas ("louco" ou "foda" não têm valor como apreciação filosófica), digamos apenas que moral diz respeito a como as pessoas atribuem à "natureza", ao "ser", comportamentos ou sentimentos ou emoções ou sensações que se construíram ao longo de anos ou décadas ou séculos, a partir de estruturas psicossociais impermanentes e instáveis; e claro, de como as pessoas se tornam escravas da cartilha em que figuram tais comportamentos, sentimentos, emoções e sensações, mesmo que um ou quase todos os seus mandamentos exijam a um número crescente de indivíduos, infelicidade e mal estar existencial completo e eterno.
Ou seja, moral é uma maneira de exigir dos outros que se faça algo simplesmente porque sempre se fez assim ("sempre" em geral é o "sempre" pobremente alcançado pelos conhecimentos de quem defende tal ou tal moral). Eu, pessoalmente, não aconselho que não se tenha nenhuma moral. Aconselho apenas a não nos tornarmos cretinos e algozes dos outros com o único fim defender o sentimento pessoal de bem-estar moral sem nem saber direito porque...
Honra
Quando ouço essa palavra lembro de Rambo e dos samurais dos filmes da década de 80. Ainda não sei bem se entendo corretamente o que isso quer dizer, mas parece que é uma mistura de sentimento do ego que se defende, mais uma pitada de moral, com um pouco de bullying social light auto-inflingido... Enfim. Sei que quanto mais rígido forem os padrões de honra a que uma pessoa se submete, mais Kill Bill será a sua vida. A essa palavra meio misteriosa, eu prefiro a noção de respeito, que é muito mais acessível à minha mente ligadinha no século XXI...
Deus

É necessário dizer que o deus ou deuses em questão não têm nada a ver com o que fazem em nome deles? Jesus, que é uma pessoa que considero muito, ficaria chocado com o que certas pessoas fazem dizendo que foi ele quem mandou!
Dentes cariados

Nenhum comentário:
Postar um comentário