segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Adorável fim do mundo

Esperar pelo fim do mundo se tornou um clichê (e eu tenho uma relação pessoal conflituosa com o clichê, seja na literatura, no cinema, nas cenas do quotidiano, nas aventuras e desventuras da vida...), ainda mais nessas últimas décadas de doidice eternamente pré-apocalíptica. O fim de uma coisa é o fim de outra e etc.

Blá-blá-blás à parte, ter nascido no começo da década de 80 nos proporciona a vivência de muitas mudanças dignas de nota: globalização, internet, capitalização do mundo. Fico pensando no mundo que as crianças de hoje aprendem na escola ou vão aprender em breve: não há mais dois pólos, União Soviética e EUA; a Europa não é tão rica assim; o futuro do Brasil não está mais tão longe; não se tem mais vergonha de se declarar a centenas de pessoas que vc acabou de tirar uma catareca do nariz – e por aí vai.

O mundo dá voltas – dizem uns com mais ou menos amargura do que outros. A China faz exigências a uma Europa esmoler; os EUA, tb não muito longe de pedir por favor um real pro pão, flertam com o fudamentalismo; homens ambiciosos que têm como única ocupação profissional apostar na falência de empresas e países por meio de especulações imundas e cínicas ganham mais dinheiro do que eu e todos os meus amigos do Facebook ganharemos durante toda a vida (sobre especulação financeira, procurem urgentemente um documentário chamado Inside Job – e prepare o nariz de palhaço e a máscara à la V deVingança).

Eu fui criado e educado de uma forma a me sentir bem com mudanças, e acho que até geneticamente tudo o que é rígido e excessivamente tradicional pra mim cheira a mofo. Portanto, no mundo de abelhas humanas inquietas de hoje, me sinto relativamente bem. A ansiedade e o stress dos nossos tempos de colméia capitalista suja é a parte ruim do processo, e precisa ser resolvida – até porque a abelha número 7 bilhões nasceu alhures, e todos sabem que o mundo não é só flores... na verdade a maioria dos seres humanos deste planeta quando pensam em felicidade só pensam em ter água e comida à noite...

Amanhã uma pedrinha de 400 km de extensão e pesando milhões de toneladas, batizada de Yu-yu-yu-youtube - na verdade é só 2005 YU55 - vai passar raspando pelo nosso periclitante planeta sugado e exaurido. Legal. Um pouco de drama: ele foi descoberto há 6 anos e desde então sua órbita e tamanho foram revistos 2 vezes: para maiores tamanho e proximidade. Talvez seja por isso, só por precaução, que uma agência governamental americana, a FEMA, agendou um mega teste de resposta a tragédias a nível nacional, que vai parar o país via rádio e televisão no dia... 9 denovembro... Só pra ter certeza tb e não dar gosto ao cão, uma agência europeia vai fazer um teste de alarme contra tsunamis no dia... 9 de novembro.

Ah, mas essa teoria da conspiração tb é um clichê...

E na manhã do dia 9, quando eu disser “Bom dia sol!”, ele vai responder como sempre com seus raios lasers fustigantes e invencíveis, no mais patético clichê do mundo.

J

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