segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Melancholia

Melancolia... do grego: deprê, do paraibano, borocochô... também é o título do último filme daquele diretor de nome jedi, o mesmo que disse que entendia Hitler. (Posso até ouvir os pensamentos "Ai como ele é chato! O Lars von Trier é um grande diretor, um dos melhores das últimas décadas, etc e tal - o fato de ele ter se tornado persona non grata em Cannes foi uma infelicidade..." - aham Cláudia... )

O que se esperar de um filme com um nome e um diretor desse? Antes de qualquer coisa, sinto do fundo do meu coração que devo dizer que não sou crítico de cinema e nem pretendo ser. Sou apenas um espectador que vê coisas e que inevitavelmente as comenta - e antes de um belo e estúpido "Guarde pra si..." eu adianto um "Saia daqui". 

Já imunizado então:

O filme se arrasta. Tanto quanto Dançando no escuro, que mesmo tendo Bjork no elenco, é de uma chatice, Jesus amado, emocionante... Gostei de Manderlay - mas porque será que Lars von Trier sorrindo a Hitler não me soou tão estranho enquanto via esse filme...? Mistura de drama com ficção científica, Melancholia foi feito pra isso mesmo: convidar vc a um mundo que desmorona e em breve se destruirá como único caminho e solução possíveis (e daí se parafraseio?). Das duas partes, Justine e Claire, a primeira é de longe a mais insuportável - sendo que a segunda, por girar em torno de Claire e por conseguinte, em seu medo de ver a vida na Terra destruída pelo doido planeta Melancholia, surgido do nada de de trás do sol...(jura mesmo? de verdade?) tem mais a ver com não querer morrer - nessa parte também há mais "ficção científica". Tudo bem, a ideia de que há sabedoria no luto da morte da própria vontade de viver me é simpática - mas a maneira cansativa com que Lars von Trier diz isso não me é. Juro que um dia vou saber dizer exatamente o que eu quero dizer, mas há um "Cara, eu sou foda" em forma de perfume em todo o filme: no inesperado, no óbvio, no que é pessoal do diretor, até no que é realmente bom (as cenas ultralentas no início e o depauperamento de Justine na segunda parte) há esse cheiro - como alguém que exagerou na dose de perfume, ou que usa o mesmo há muito tempo...

A impressão que eu tenho é que Melancholia é uma múmia do Egito que se na verdade não fosse do Egito seria só uma falsificação bem feita.

Enfin...

Veria de novo?

Veria.

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